Arquivo | outubro 2010

De mãe para filha

Hoje, 22 de outubro, é meu aniversário. Todos os anos, minha mãe relembra o dia em que eu nasci, a ida à maternidade… Ela até guardou o vestido que usou na data. Na época, nos coloridos e hippies anos 70, a moda das grávidas era usar um vestido trapézio bem curtinho, do mesmo tecido da calcinha – a ideia era mostrá-la!!!

Aniversário é dia de lembrar muitas coisas mesmo. Até de coisas que não aconteceram necessariamente nesse dia. E, do jeito que minha mãe se lembra do meu parto, lembro também do parto dos meus três filhos e das coisas que temos vivido desde que me tornei mãe.

Mas hoje vou falar especificamente dos vínculos mãe-filha.

Há um mês, acordei de madrugada. Tinha a nítida impressão de ouvir minha filha de 5 anos chorando. Fui até sua caminha, mas ela dormia tranquilamente. No dia seguinte, acordei de novo. Dessa vez, ela estava sentadinha no sofá da televisão, no escuro. Quando aproximei, ela estava chorando baixinho, com dor de ouvido. O sonho da noite anterior havia sido um presságio. Disse a ela, surpresa: “Você pode chamar a mamãe SEMPRE, sempre”. Ela não queria me acordar. E automaticamente lembrei que fazia igualzinho quando tinha a idade dela. Tinha dor de ouvido de madrugada e ficava chorando de modo inaudível no escuro do corredor, ao lado da porta do quarto dos meus pais. TODAS as vezes, minha mãe abria a porta. Ela escutava meu choro com os ouvidos do coração.

Aí lembrei outro episódio da madrugada. Minha filha tinha 7 meses. Meu marido estava viajando. Levantei da cama sobressaltada. Nenhum ruído. Mas, quando me aproximei do berço, minha filha estava tendo uma crise respiratória. Era 1h30. Peguei, enrolei-a com um cueiro e fui correndo para o pronto-socorro. Lá, a plantonista me disse que ela estava com laringite estridulosa, uma doença que costuma assustar os pais por conta da falta de ar que a criança tem. Passou nebulização com Berotec. Não tive coragem de nebulizar com um bebê tão novinho. Liguei para o pediatra, que é homeopata, às 3h da manhã. Ele perguntou se eu poderia ficar acordada o restante da madrugada para ministrar homeopatias de 30 em 30 minutos. Foi o que fiz. De manhã, ela já não sofria mais de falta de ar.

E então é criada nova ponte. No dia 22 de outubro de 1972, o obstetra demorou e nasci com 3 horas de atraso. Precisei ir para a incubadora. De madrugada, minha mãe não conseguia dormir. Ela chamou a enfermeira e disse que havia alguma coisa errada. A enfermeira não deu muita pelota, mas na verdade a incubadora tinha interrompido o fluxo de oxigênio. A enfermeira restabeleceu o fluxo e disse que minha mãe precisava descansar. E quem descansa, assim? Mais tarde, ela chamou a enfermeira novamente, que respondeu dizendo já ter corrigido o problema e que minha mãe estava se preocupando à toa. Pois, pela segunda vez, a incubadora tinha parado de enviar oxigênio.

 O que explica esses fatos? O que significa esse vínculo? Não sei dizer, só sei sentir. E, quanto mais a gente se entrega a essa sensibilidade, mais ela fica apurada. É uma certeza que vem de dentro. De Deus. De mãe e filho, de pai e filho, de irmão, de amigo, de gente que está muito unida por laços tão sutis quanto poderosos.

 De filha para mãe

Quando meus filhos nasceram, queria muito um colo igualzinho ao que eu dava a eles. Igualzinho ao que minha mãe me dava. Queria voltar a ser pequena, morar de novo com ela, que ela fosse mais que visita. Queria fazer perdurar aquela imagem de perfeição que nutro até hoje de sua presença em minha infância. Mas, se hoje busco me desvencilhar dessa pressão por ser mãe perfeita, descobri que também preciso libertá-la dessa cobrança. Um grande exercício de compreensão, de auto-perdão. Como ela mesma diz: “me perdoem se em alguma vez faltei, porque não sabia, porque não podia. Porque uma metade é amor… e a outra, também”.

Hoje, dia do meu aniversário, vou reforçar todos esses vínculos e repetir o que ouvi em uma linda cerimônia de pré-parto:

“Quero honrar o ventre de onde vim. O ventre onde estou. E o ventre que há em mim.”

As Não-Patricinhas de Brasily Hills

Site visitado: Revista TPM de setembro de 2004 – Books Google

Minha amiga Dani me trouxe outra pérola, agora referente à sua outra filha, Raquel. Raquel recebeu uma cartinha da amiga Luiza, repleta de elogios, inserida em um envelope feito caprichosamente à mão. O texto tem um arzinho de documento, de compromisso: “Eu, Luiza…” O elogio que mais chamou a atenção de Dani foi “não é patricinha”. Coisa linda nesses tempos consumistas!

Permito-me fazer um breve ensaio etimológico.

Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, o verbete “patricinha” é um substantivo feminino que tem, como uma de suas acepções:

2 Regionalismo: Sudeste do Brasil. Uso: informal, pejorativo. Jovem do sexo feminino que se veste com apuro, especialmente preocupada com a elegância e que geralmente frequenta os lugares da moda. Obs.: cf. mauricinho.

De fato, “mauricinho” vem primeiro. Segundo Nina Lemos, em matéria da Revista TPM, o termo se popularizou como adjetivo para rapaz “engomadinho” por causa de um colega de faculdade do humorista Bussunda, chamado Maurício e que sempre andava arrumadinho. Bussunda começou a utilizar o termo no jornal Casseta Popular e aí… já viu.

Mais tarde, o jornalista Sidney Garambone, que era repórter de O Globo, pensou que deveria existir o correspondente feminino de “mauricinho” e criou “patricinha”. De acordo com Nina, Garambone se assustou com a repercussão de seu neologismo.

Pois eu ainda acrescento mais elementos às raízes de “patricinha”. Quando era pequena, usávamos “exibida” e “metida”. Com 12 anos, chamávamos as meninas metidas de “sebosas”.  Já os “mauricinhos” na época eram chamados “filhinhos de papai”. Mais tarde, apareceu o termo “burguesinha”.

Hoje, temos “tássia”: “Fulana tássia-chando”!

(Bom mesmo é não ser patricinha e ter amigas como Luiza, né?) 

Veja também: A receita de Sofia

Seu filho como você sempre sonhou

Anúncio do Vitabase - Johnson&Johnson

“Bagunceiro, capeta, sem-vergonha, malandro, impossível. Seu filho como você sempre sonhou.

Vitabase Complexo Vitamínico ajuda a garantir as vitaminas e minerais para seu filho crescer forte e saudável. Vitabase Vitamina C ajuda a aumentar a resistência das crianças. Vitabase é gostoso e suas pastilhas mastigáveis vêm no formato de personagens da Turma da Mônica.

Johnson&Johnson

Vitabase. Nunca uma geração teve tanto para crescer forte e saudável.”

 Marusia fala

“Bagunceiro, capeta, sem-vergonha, malandro, impossível. Seu filho como você sempre sonhou.” VOCÊ quem, cara pálida? Alguém já sonhou ter um filho “impossível”?

 Já vi esse mesmo mote em uma campanha de vacinação. Dá a entender que a mãe deve ter uma paciência infinita e agradecer aos céus pela bagunça do filho, sinal de “boa saúde”.

Prefiro fazer a distinção:

“Ser criança + Ser saudável” não é a mesma coisa que “não ter limites”.

Mas diferenciar isso não é fácil. Quantas vezes a criança realmente está só “sendo criança” e brincando com a vivacidade própria da infância, e nós a tolhemos em prol da “boa educação” ou – mais provavelmente – porque estamos cansados demais para acompanhar?

De fato, o título do anúncio do Vitabase não é regra geral, pelo contrário. (Veja o post “Como educar  crianças para a paz”).

Mas como lidar com a agressividade natural da criança?

  1. Reconheça e respeite o sentimento da criança. Por mais que achemos que o motivo não justifique o “acesso de fúria”, não subestime, não ironize nem ridicularize;
  2. Por outro lado, não supervalorize. Esperar acalmar é uma boa alternativa;
  3. Faça a criança perceber que a cada ato dela corresponderá uma consequência.

 Na prática:

Não diga: “Você tá com raivinha?” “Quando casar, sara.” “Ai, que mêda!”

Diga: “Olha, você tem todo o direito do mundo de estar com __________ (raiva, medo, frustração, chateação, ciúme etc). Mas não pode machucar ninguém, nem se machucar.”

Qualquer coisa que ele fizer, terá que assumir:

  • Rabiscou ou rasgou o dever de casa? A criança vai ter que explicar à professora;
  • Quebrou o brinquedo? Não vai ter reposição.

E assim por diante.

Não se iluda: você não vai ficar imune a um novo “acesso”. Vai ter que lidar com isso um milhão de vezes.

Contudo, agindo assim, você ensina que não dá para controlar o sentimento, mas dá para controlar a reação. E também proporciona a você próprio, como pai e mãe, o direito de fazer o mesmo: ficar com raiva, medo, frustração, chateação, ciúme etc.

Como educar crianças para a paz

Como educar crianças para a paz

Laura Perls

[…] A exigência por paz está em oposição direta a um dos instintos mais vitais de todo ser vivo, notoriamente o instinto da agressividade.

Por agressividade, a maioria das pessoas entende o desejo de atacar, destruir e matar. Por essa razão, condenam esse ato com toda a força do coração, e a tendência geral da nossa civilização, há muitos séculos, é a de suprimir de maneira quase ou totalmente completa esse instinto, aparentemente o mais perigoso de todos.

[…] Usualmente, a família mediana rege da seguinte maneira: cada sinal manifesto de agressividade por parte da criança (chorar, chutar, morder, quebrar coisas etc) é tratado pelos adultos com desaprovação. A mesma desaprovação ocorre diante da impaciência infantil e de seus maus humores. Suas explosões temperamentais frequentemente levam a severas punições. Pais conscientes tentam realizar o seu ideal de bom cidadão – ideal que nem eles mesmos conseguem realizar – nos seus filhos. É dito para a criança que ela deve ser de boa natureza, obediente e respeitosa. Esse objetivo é normalmente alcançado apelando ou para o medo que a criança tem de causar algum problema ou de sofrer punição, ou pelo desejo que ela tem de ser amada.

Pode-se ter a expectativa de que pessoas que foram treinadas desde o início de suas vidas para ter consideração para com os seus vizinhos, para respeitar a propriedade, para obedecer a autoridades, teriam tido a melhor educação possível para a paz. Mas, se olharmos hoje para os países, onde centenas de gerações de pessoas foram criadas dessa maneira, devemos admitir que os resultados são bastante decepcionantes.

[…] Primeiro, a fim de entender, temos que examinar a concepção geral de comum de agressividade. Essa concepção é principalmente derivada dos efeitos que a agressividade tem sobre as pessoas que a ela são expostas. A agressividade de crianças pequenas causa muita inconveniência e aborrecimento aos adultos. Por esta razão, muitas pessoas a veem como indesejável e tentam suprimir os desejos da criança. Mas eles correm o risco de não apenas suprimir a inconveniência da criança, seus gritos e berros, mordidas, chutes e arranhões, lágrimas e destruição de coisas, mas também suprimir sua curiosidade e ânsia por saber. É claro que a ânsia de saber da criança e sua agressividade física são muito penosas para os adultos. Sua satisfação demanda muito tempo e paciência e podem ser muito inoportunos e desagradáveis. Eles até mesmo podem chamar a atenção para a própria ignorância dos adultos, o que muitos pais veem como um sério risco à sua autoridade. Mas, por outro lado, a curiosidade e o desejo de saber são condições indispensáveis ao desenvolvimento intelectual da criança, à sua capacidade de aprender e de estudar, de entender as pessoas e as circunstâncias. E a completa supressão da agressividade causa – se não estupidez ou então, certamente, séria inibição intelectual – levando à impossibilidade do pensamento crítico.

[…] É claro que a imaturidade intelectual não é causada apenas pela supressão da agressividade infantil prematura. De igual importância para o desenvolvimento do fascismo  [e mais tarde do nazismo], está no fato de que a repressão à agressividade no indivíduo geralmente traz um aumento da agressividade universal. Em todos os países altamente civilizados, podemos ver onde o indivíduo mediano não desenvolveu suas capacidades agressivas de modo considerável, mas ao contrário, ficou restrita, bem comportada, até mesmo com medo de complicações, dado que a comunidade desenvolveu seus meios de agressão a um ponto extremo, terrível, assustador. O aperfeiçoamento do maquinário de guerra (armas, tanques, aviões, bombas, gás venenoso, treinamento militar e eficiências estratégicas) parece estar na proporção direta da supressão da agressividade individual, como se a agressividade reprimida de todos os indivíduos tivesse se acumulado em algo além da individualidade e simplesmente tivesse que forçar essa saída.

[…] É um falso questionamento se reprimimos ou não reprimimos a agressividade. Já que a agressividade é um ingrediente indispensável para compor o humano, temos que usá-la, para desenvolvê-la com um instrumento valioso para administrar nossas vidas. Isso significa, particularmente, que não devemos obstruir os primeiros sinais de agressividade na criança pequena;  antes, devemos encorajá-la e apoiá-la adequadamente para tal.”

 “Como educar crianças para a paz” foi escrito em alemão e publicado em Joannesburgo, África do Sul, em 1939. Foi editado para publicação por Joe Wysog. Sua primeira publicação em inglês foi no The Gestalt Journal Press, pp 37-44, em 1992, sob o título “Living at the boundary”. (Tradução de Helena Raíra Magaldi e Elayne Magaldi Daemon).

Quero ser criança quando eu crescer

Sei que ainda sou criança, tenho muito o que aprender.

Mas quero ser criança quando eu crescer“.

(“Vamos construir”, de Feio e Dena, cantada por Sandy e Junior)

Meu filho mais velho fez o jardim de infância em uma escola linda. Toda sexta-feira, era sorteado um aluno de cada turma para segurar a bandeira do Brasil e todos cantavam o hino nacional. Em seguida, davam-se as mãos e cantavam “Vamos construir”. Não preciso dizer que, em todas (TODAS) as vezes que eu fui buscá-lo nas sextas-feiras, me acabava de chorar.

As crianças me olhavam e achavam esquisito! Eu, quando era criança, também ficava intrigadíssima vendo adultos chorarem por motivos assim. Do mesmo jeito que também achava esquisitíssimo o mundo dos adultos em si, cheio de stress.

Pois hoje eu choro ao ouvir essa música porque, muitas vezes, eu tenho encarnado o próprio protótipo da adulta estressada, ranzinza, sem tempo e atolada de problemas.

É muito, mas MUITO difícil ser criança depois que a gente cresce!

(Preciso reaprender… acho que tenho professorezinhos particulares em casa)

Lembranças de infância

Meu irmão (fofo!)  me enviou, por e-mail, uma apresentação de slides chamada “Melhores momentos da vida”, lembrando da nossa infância. Reproduzo, abaixo, trechos do texto e algumas fotos.  Os comentários são originais da apresentação. Há coisas que não concordo e até dou risada (e pontuei com “Marusia fala”), mas é um verdadeiro almanaque para os trintões como eu.

“Melhores Momentos da Vida

Atenção: Você vai entrar agora numa viagem fantástica aos melhores momentos de nossas vidas!!! 

Ótimos desenhos animados… Sem essa violência de hoje em dia… (Marusia fala: Tom & Jerry eram os próprios Comichão e Coçadinha! Violência pura! rs)

ARMAÇÃO ILIMITADA – Nossa…. Como isso era legal demais!!! Não é por nada não, mas dá de 1000 a zero na Malhação… 

CHIPS! Hoje a molecada só conhece aquele salgadinho! 

MACGYVER – Se dessem pra ele um chiclete e uma bola de gude ele fazia uma bomba… o cabelo ditou moda. 

RAINHA DA SUCATA, PÃO PÃO BEIJO BEIJO – Ótimas novelas… (Marusia fala: há controvérsias…)

Dengue, Praga, Xuxa novinha e Paquitas. 

BANCO IMOBILIÁRIO – Esse jogo é antológico. O negócio era comprar o Brooklin e o Morumbi, pois tirava todo o dinheiro de quem caísse ali. E a prisão, então, nem se fala!!! 

FUTEBOL DE BOTÃO – Isso era bom demais … Fazíamos campeonatos entre os amigos do bairro. Isso sem contar com aquele tabuleiro “campo”, todo empenado porque algum mané tinha esquecido no quintal e tomou aquela chuva. 

ATARI  – Delírio da gurizada… Tardes a fio jogando, trocando cartuchos com os colegas! 

ALL STAR – Fala sério, quem nunca  usou um desses?… All Star cano longo era show de bola. 

BLITZ  – Altas festinhas ao som da Blitz… “Perdi meu amor, no paraíso, dou tudo que eu tenhooo…” 

BOZO – Ahahaha… que palhaço feio!!! Lembram do seu assistente, o “garoto Juca”? 

Para tudo!!! O que você vai ver agora é simplesmente fantástico… 

FIAT 147 SPAZIO – Olhem só no detalhe os faróis de milha, isso era chique demais … (Marusia fala: Vixe!)

Karaka … será que ainda existe Mobilete? Minha irmã teve uma monark … Hehehe … saía uma fumaça desgraçada. 

CALOI DOBRÁVEL – Essa bicicleta é antológica, mas só os Nerds é que gostavam. Caloi Ceci, Monareta…

CIGARRO DE CHOCOLATE – Ahahahahahahaha… Sem comentários!!! Eu odiava quando ia retirar o papel e o cigarrinho quebrava!  (Marusia fala: não é incrível o que a indústria do tabaco fazia?)

Quem nunca brincou com ESTILINGUE? Era cada pedrada no dedão que vou te contar, doía muito!!! Isso sem contar
quando o “soro” ou borracha escapava da “forquilha” e dava na nossa cara… 

MINI-COKE – Todo mundo queria colecionar. Rolava altos papos que se a gente tomasse o líquido de dentro, morria… 

FALCON – AHAHAHAHAHA… Esse é o pai dos Comandos em Ação, o cabelo dele parecia de verdade!!! Lembram daquele modelo que se chamava Falcon Olhos de Águia, e do inimigo n° 1 dele… O Torak?!! 

GELEKA – Tinha que cuidar pra não cair na areia, senão… 

MUPPET BABIES – O Caco! Essa série era muito legal… “Animal come, animal come” 

GENIUS – Esse jogo era muito massa… Mas só anormais conseguiam passar da quinta ou sexta rodada!!! E só filhinho de papai tinha. 

GROSELHA – Isso deixava a língua tingida!!! Minha mãe vivia fazendo suco com esse negócio aí!!! (credo!) 

MÁQUINA FOTOGRÁFICA INSTAMATIC 124 – Lembram que esse flash queimava a mão se você disparasse a máquina segurando no flash? 

KRI – Esse foi o avô do Crush! Lembram que, na propaganda desse chocolate, quando as pessoas mordiam tremia tudo em volta??? 

LUDO – Ahhhh, fala a verdade, quem é que nunca jogou Ludo? 

MENUDO – Ahahahaha, olha o Rick Martin! Mulherada, olha só o tipo dos caras que vocês achavam lindos…  

MINI CHICLETES – Um dia eu fui num boteco de periferia e vi esse chiclete… (vai ver que faz uns 10 anos que tá lá) mas ainda vendem por aí… 

ODISSEY – Concorrente frustrado do Atari… Nunca deu muito certo!!! 

PLAYMOBIL – Putz… Lembrei do meu Playmobil Velho Oeste. Também tinha Astronauta, Hospital, Forte Apache… 

ZACARIAS E MUSSUM – Sem comentários para esses dois … ícones no humor do Brasil. Quantas  saudades … 

OS TRAPALHÕES – Nessa época os filmes eram muito legais… 

TREM DA ALEGRIA – Só lembro que as menininhas queriam namorar com o Luciano, e que a piazada queria dar uns beijos na Patrícia… (depois virou Patrícia Marx, quis dar uma de Lisa Stansfield e sumiu do mapa) 

SUPER TRUNFO – Ahahahaha… Lembro que no colégio era só molecada pra lá e pra cá com esse “baralhinho”. Eu tinha um de tanques de guerra, e um de fórmula um!!! 

CHOCOLATES SURPRESA – Quem tem a figura do Mutum??? 

PEGA-VARETAS – Tem que ter paciência!!! 

CAVALO DE FOGO – Eu gostava dos monstrinhos da bruxa!!! 

JASPION – NÃO VIA A HORA DE CHEGAR DO COLÉGIO!!! SÓ PRA ASSISTIR 

DIP N’LIK – Era azedinho… 

TOPO GIGIO – Tenho um amigo com as orelhas parecidas!!!!! 

FITAS BASF – Para  gravar Balão Mágico!!!! 

3 EM 1 – Som maneiro – Gravava Basf neste aparelho… 

AQUAPLAY – Gostava de quebrar pra poder mexer nos bichinhos…. 

FRITOPAN – Esse era muito bom, apesar de engordurado pacas!!  Eram umas massas durinhas parecidas com lasanha crua e você fritava… nossa, como era bom!! Esses dias encontrei uma imitação de Fritopan, a massinha era igual… 

DADINHOS DIZIOLI – Graças a Deus ainda existem os Dadinhos…esses dias eu comi depois de muuuuitos anos… Muito bom esse docinho de amendoim… 

Quem não se lembra desses doces? POIS É, VOCÊ SE LEMBROU DE ALGUM? ENTÃO VOCÊ É UM SOBREVIVENTE DE UMA ÉPOCA DE OURO !!! 

Anos 70 e 80 

Se você não se lembra de nada disso, sinto muito. Com toda certeza, você não sabe o que é FELICIDADE!!!”

(Apresentação de slides Melhores Momentos da Vida)

Marusia fala

É lógico que a infância não pode ser reduzida a objetos como brinquedos, jogos e carros, além de programas de TV e guloseimas. A infância – aliás, a vida – é feita de momentos, transformados depois em lembranças, que tendem a ser romantizadas à medida que envelhecemos. E são essas lembranças que os brinquedos, jogos, programas de TV, carros e guloseimas evocam. É disso que a mensagem fala. Devo dizer: fiquei com saudade, sim… 

Mas, em vez de parar no tempo e lamentar a infância perdida, podemos nos lançar a duas tarefas:

  1. Valorizar nossa criança interior. Precisamos de mais leveza, mais inocência, mais bom-humor. Sempre.
  2. Observar se nossas crianças também estão tendo acesso a momentos lindos e inesquecíveis. Ressalto que isso não é missão exclusiva das mães. Inclui pais, irmãos, família, professores. E também agrega experiências cultivadas pela própria criança.

No futuro, quando meus filhos tiverem 30 anos, espero que eles possam escrever mensagens dizendo que também sabem o que é a FELICIDADE. 

Melhores momentos da vida: décadas de 2000 e 2010 – em 2030:

Nós tínhamos um jogo interativo chamado Wii que era muuuuuito divertido! E ninguém podia nos chamar de sedentários… 

Mii Wii da mamãe, Marusia. (Igualzinha!!!)

Jogávamos Go-gos. 

Podíamos assistir a um filme quantas vezes quiséssemos no DVD, sem pausar… Os incríveis, Toy Story, Nemo, Shrek, A era do gelo… Quanto desenho bom!! Castelo Ratimbum… 

Tínhamos Os saltimbancos, A arca de Noé, coleção Disquinho, não em LP, mas em CD. E Palavra Cantada, também. 

Tínhamos computador, internet (estamos falando da parte boa), e-mail, Google. Bibliotecas repletas de informação do mundo inteiro a um clique. 

Brincávamos em piscina de bolinha – no tempo da minha mãe, não tinha. 

No tempo da minha mãe também não tinha parque aquático com toboágua, nem piscina salinizada e aquecida. Nem boia de espaguete (que, a propósito, foi inventada por um brasileiro chamado Adriano Luiz Carneiro Sabino). 

Também usávamos filtro solar. Minha mãe falava que “descascava” a pele no verão. Nem sei o que é isso. 

GERAS/Stock Xchng

O carro da minha mãe era bicombustível. Air bag e cadeirinha eram obrigatórios. 

Tomamos vacina de catapora, meningite C, hepatite A. Meu irmão caçula até tomou de rotavírus. 

Ninguém podia fumar em lugar público fechado. Minha mãe disse que, antes, até no avião era permitido fumar! 

Vivíamos em uma democracia, sem inflação, sob uma Constituição feita pelo Parlamento (por mais defeitos que tivesse). 

Constituição Cidadã

Manifestação de jovens

Ainda conseguia brincar “debaixo do bloco”. 

 Enfim… também tive uma infância muito feliz!!!!