Dia desses eu li no Facebook uma definição para alimentos saudáveis: todos os que não têm propaganda.
Os intervalos comerciais trazem realmente uma sucessão de produtos industrializados, cujos apelos se apoiam em:
- Personalidade de Marca;
- Design chamativo;
- Predominância de enredos de conteúdo emocional, com associação a situações prazerosas, até mesmo fantásticas;
- Praticidade no consumo. Exemplo: “pronto para beber”;
- Algum elemento racional. Exemplo: “enriquecido de vitaminas”;
- Presença constante na mídia; repetição.
A propaganda é o que garante visibilidade a esses produtos. E vai se estender em cuidadosas estratégias até ao ponto de venda, seja o supermercado ou a lanchonete.
Propaganda não é mera informação; é informação “embalada para presente”. Para encantar, convencer, persuadir. E superar a concorrência.
Os alimentos saudáveis têm todas as características para superar essa concorrência. Podemos aplicar as táticas da propaganda para dar a eles mais visibilidade.
Então, seguem alguns anúncios que gostaríamos de ver:
Nos Estados Unidos, a simples reorganização dos refeitórios gerou resultados impressionantes. O que foi feito?
- Cartazes e banners com fotos maravilhosas de alimentos saudáveis logo na entrada;
- Mesas com buffet permanente de frutas cortadinhas;
- Frutas e legumes em bandejas separadas por cor, apresentados bem suculentos;
- Refrigerantes, frituras, guloseimas fora do alcance dos olhos e da mão – todos escondidos atrás do balcão. Se a criança quiser, vai ter que pedir.
Podemos tomar emprestadas essas ideias e testar em casa. Os “garotos-propaganda” não poderiam ser melhores: nós, os pais. Saborear essas delícias em família é o melhor exemplo…
A propaganda é inteiramente fundamentada na marca. Todos os outros apelos são para enaltecer a assinatura, a marca. Podemos convidar as crianças a pensar em nomes, slogans e enredos divertidos para os alimentos.
Os mestres de redação publicitária são taxativos para que os trocadilhos sejam banidos para todo o sempre; mas estes são tão engraçados que a gente abre uma exceção…
Para a criançada que curte super-heróis:
Para quem gosta de cinema:
Para exercitar a imaginação e encontrar formas semelhantes (como nas nuvens!):
Para quem lê revista de fofoca:
Para os antenados em moda:
Esta é importada (Diana Ross):
Na pesquisa, ainda encontrei perdido um anúncio de frutas brasileiras. Mas só foi veiculado no exterior. Apex, vamos divulgar no Brasil também…
Um tiquinho de contrapropaganda:
A diferença entre a publicidade e a realidade (rs!)
Nossa, agora vou ali na cozinha comer uns palitos de cenoura com água de coco… De sobremesa, uma banana amassadinha, hmmmmmmm! ^^,
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Veja também:
É isso aí! Concordo plenamente!
Acho ainda mais difícil lutar contra o prático, o indispensável, o super vitaminado, quando a mãe trabalha fora o dia inteiro e a pessoa que cuida do filho não pensa exatamente como a mãe, independente de ser avó da criança, babá, empregada, pai, tia…. a mãe e a pessoa responsável, neste caso, têm que pensar exatamente da mesma forma, senão…. não funciona. E essa é uma das minhas dificuldades….
Na minha casa não entra bisnaguinha, não entra toddynho, não entra suco de caixinha…. mas na casa da minha mãe, entra, infelizmente. Muito difícil lutar contra, mesmo quando vc sabe (no caso, eu sei) que a minha mãe faz de tudo pela minha filha e que ela tbm preza uma alimentação saudável. Ocorre que para ela, uma bisnaguinha é saudável e um toddynho de vez em quando não faz mal.
Para mim, faz.
E aí?
Chato….
Oi, Dani,
é realmente preciso muita delicadeza para tratar das diferenças de pensamento (não somente em relação a alimentação). Em geral, quando acontece comigo, tenho o respaldo da opinião do pediatra. E já vi muita “sabedoria dos antigos” ser resgatada… (ainda vou fazer um post sobre isso rs!)
Beijos!
Gostei da sua sabedoria, as palavras boa sempre se abita,as palavras mais sabia,a palavra se constroi, as palavra delicada se arge.
Gostei da sua postagem
e como gostaríamos de ver tudo – pesquisas de mercado, apoiadas em neuromarketing e grupos focais exaustivos, publicidade massiva e onipresente, ações promocionais, arrumação do ponto de venda com vistas a aumentar o consumo, mensagens virais criativa e empolgantes, até propaganda subliminar, heim? – direcionado a melhorar os hábitos alimentares boa alimentação. sonho ou utopia?
é triste que o único exemplo de publicidade criativa e bem feita de verduras e frutas é o hortifruti, um empreendimento local, quase inacansável, né?
parabéns pelo post, Marúsia!
sou eu, mariana, do viciados em colo…
Oi, Mariana,
como disse no post, a publicidade sempre estará a serviço de uma marca. Mesmo a Hortifruti – porque esse é o negócio dela, e é por isso que ela assina as campanhas. Assim, é interessante conhecer como esses apelos funcionam, para fazer frente a eles. Quando a gente “embala para presente” as informações que passamos para as crianças (sobre qualquer assunto, e não somente alimentação), os resultados são surpreendentes! É quando o sonho começa a tomar forma. Não tem publicidade (nem a subliminar rs!) que derrube isso… 😉
Beijos!
Amei o post , na verdade amei o blog conheci seu blog através “Mãe bacana”, vou a partir de agora acompanhar suas postagem. Ótima reflexão.
Tri-beijos Desirée
http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com.br/
Tem mais…
Quando criança eu não gostava de espinafre como toda a criança (fizeram até um marinheiro que ficava forte comendo mas isso não adiantou muito pelo visto). Hoje em dia, adoro. Culpa do salmão, do creme de espinafre e… ok, dos livros da Rita Lobo também.
Gente, não é só mudar a ordem das coisas, isso influencia sim, um monte! Mas e quando não tínhamos esse bombardeio todo de propagandas e a comida saudável (que nossos pais nem sabiam que era, apenas era o que tinha e pronto) continuava a ser ruim? Adiantava alguma coisa?
Procurem se lembrar de quando VOCÊS eram crianças, ajuda.
E “tompero”, cheiros…
Bom, agora vou voltar ao outro lado da história e continuar a minha procura por uma tampa de privada dupla (adultos e crianças), a de sobrepor está sendo um desserviço.